Você já dominou as plantas de fácil manutenção? Então é hora de experimentar algumas que exigem um pouco mais de dedicação.
Muitas vezes, as plantas mais difíceis de manter são também as mais fascinantes e incomuns. Espécies de cores vibrantes costumam ter exigências específicas de umidade, folhas finas e rendadas podem murchar sob a luz inadequada, e aquelas com veios brancos destacados podem atrair pragas.
Mas se você já conquistou plantas como pothos e ZZ e quer ampliar sua coleção, não se deixe intimidar pelo trabalho extra. As plantas mais exigentes podem oferecer uma experiência de cultivo ainda mais gratificante.
“O cuidado com plantas nos ensina a ter atenção e dedicação a outro ser vivo, o que também nos ajuda a cultivar essas qualidades em nossa própria vida”, afirma Christopher Griffin, autor e influenciador conhecido como Plant Kween. “Se as pessoas conseguirem cuidar bem dessas plantas, suas casas ficarão ainda mais bonitas, e haverá também uma sensação de realização ao superar o desafio.”
Segundo Griffin, o grau de dificuldade de uma planta é medido por suas necessidades em relação à umidade, adubação, luz, irrigação e controle de pragas. No entanto, o nível de desafio pode variar de pessoa para pessoa, dependendo do estilo de cuidado (como a tendência de regar em excesso) e das condições específicas do ambiente onde a planta se encontra.
Por isso, é ideal adaptar-se gradualmente a espécies mais complexas. Observe as plantas que já estão prosperando em seu espaço. Sua monstera deliciosa está saudável? Talvez seja hora de considerar uma variedade semelhante, como a monstera albo, que compartilha cuidados parecidos. Mudar de uma planta para outra dentro do mesmo gênero facilita a adaptação da nova espécie ao ambiente.
Para ajudar, consultamos especialistas em plantas de interior sobre quais espécies desafiadoras valem a pena ter em casa. Aqui estão as recomendações!
Alocasia
Com cerca de 90 variedades impressionantes, as alocasias são plantas de folhas grossas que se destacam em qualquer ambiente. No entanto, são exigentes e demandam bastante cuidado. Griffin, por exemplo, evita cultivá-las em casa, pois elas tendem a atrair ácaros que podem se espalhar para outras plantas do ambiente. Além disso, essas plantas precisam de muita umidade e de uma rega cuidadosa, especialmente antes do período de dormência no inverno, quando suas folhas caem e elas se transformam em bulbos. Esse ciclo pode ser um desafio para quem está começando, mas para aqueles dispostos a se comprometer, elas trazem uma beleza única e ensinam o valor da paciência.
Variedades como a alocasia dragon scale, com folhas texturizadas e tons variados, ou a alocasia frydek, com veios brancos marcantes, são opções ideais para quem quer um toque especial e está disposto a seguir todos os cuidados necessários.
Calathea
Com folhas estampadas e visual exótico, as calatheas são conhecidas por sua beleza, mas também pela sensibilidade. Elas requerem umidade constante, calor e, em alguns casos, água filtrada, uma vez que podem reagir mal a produtos químicos presentes na água comum, como o flúor. Além disso, elas são suscetíveis à variação de luz e se movem em direção ao sol, algo que Griffin descreve como uma “maravilha da natureza”.
Por outro lado, essa beleza vem com um preço: as folhas das calatheas tendem a desenvolver bordas secas com facilidade, o que pode ser frustrante para jardineiros que as compram e logo observam as folhas escurecendo nas extremidades.
Ainda assim, variedades como a calathea planta pavão, com um elegante tom bordô na parte inferior das folhas, são muito apreciadas. Para garantir que a sua prospere, considere um vaso de autoirrigação, que permite que as raízes absorvam água conforme necessário, ou cultive-as junto com outras plantas de alta umidade para manter o ambiente ideal.
Plantas Carnívoras
As plantas carnívoras, como a Dioneia (ou Venus flytrap) e as plantas de jarro, estão conquistando o coração de muitos entusiastas, como conta Liz Vayda, proprietária da loja de plantas B. Willow em Baltimore. “Essas plantas despertam um fascínio natural por terem uma característica quase animal, criando uma relação mais próxima com as pessoas”, explica ela. “Ver a Dioneia se fechar ao capturar um inseto é algo que desperta identificação, pois ela reage ao estímulo ali mesmo, no momento.”
Inusitadamente, várias dessas espécies carnívoras são nativas da Costa Leste dos Estados Unidos e podem ser mantidas ao ar livre o ano todo. No entanto, como plantas de casa, precisam de cuidados diferenciados. Elas não só precisam de insetos vivos como fonte de alimento, mas também demandam água de fontes específicas, como água da chuva, destilada ou de osmose reversa, o que pode ser um desafio para muitos.
Além disso, algumas espécies exigem alta umidade e ambientes sempre úmidos, embora a maioria tolere bem luz intensa.
Figueira-líra
A figueira-líra, ou Ficus lyrata, é conhecida tanto por sua beleza quanto por suas exigências. Ela ganhou popularidade recentemente, mas seu cuidado requer atenção. Essa planta precisa de luz indireta e intensa por pelo menos seis horas diárias. Se exposta ao sol direto, principalmente à tarde, as folhas podem sofrer queimaduras, enquanto a pouca luminosidade pode desacelerar o crescimento e causar manchas marrons nas folhas inferiores.
O solo deve ser mantido levemente úmido para evitar que a planta murche ou que as raízes apodreçam devido ao excesso de água. Além disso, a figueira-líra é sensível ao acúmulo de sais minerais no solo, por isso recomenda-se lavar o substrato mensalmente.
Outro ponto importante é protegê-la de mudanças bruscas de temperatura e correntes de ar. Evite colocá-la perto de aquecedores ou ar-condicionado, pois isso pode causar estresse. Como comenta Griffin, “Ela é como a ‘Cachinhos Dourados’: quer que tudo esteja na medida certa”.
Samambaias
Com suas frondes delicadas e elegantes, as samambaias são um espetáculo na decoração, mas podem ser bastante exigentes. Para quem está começando, Vayda sugere algumas variedades mais resistentes, perfeitas para introduzir o cultivador ao universo das samambaias. Existem as terrestres (que crescem no solo) e as epífitas (que se desenvolvem sobre outras plantas). Na natureza, as epífitas, como o pé de coelho e o ninho de passarinho, crescem nos troncos das árvores, absorvendo a umidade do ar. Em ambientes internos, essas espécies são geralmente mais fáceis de cuidar, pois possuem uma reserva interna de água que as torna menos dependentes da rega frequente.
Porém, um ponto de atenção: como essas samambaias estão adaptadas a ambientes com umidade moderada, podem ser facilmente prejudicadas pelo excesso de água. Vayda explica que cuidar dessas plantas pode ser uma ótima oportunidade para ganhar experiência com espécies que respondem bem a atenção cuidadosa e constante.
Árvores Frutíferas
Ter uma árvore frutífera dentro de casa é um grande privilégio — afinal, quem não gostaria de colher limões, figos ou maçãs frescas em casa? Porém, esse cultivo exige bastante empenho. Griffin explica que estimular uma árvore frutífera a produzir dentro de casa é possível, mas demanda muita atenção aos detalhes e paciência, o que pode desanimar quem ainda não está preparado para tamanha dedicação.
Para quem está pronto para o desafio, ele recomenda oliveiras, que precisam de bastante luz solar, clima seco e pouca umidade. Esses arbustos de origem mediterrânea crescem de forma lenta e levam ainda mais tempo para produzir frutos, exigindo um ambiente seco e muita paciência.
Se o ambiente da sua casa é mais úmido, uma ótima alternativa são as bananeiras em versão anã, sugere Jira Sai, fundadora da Plant Corner, em Nova York. Essas plantas adoram umidade e precisam de luz abundante. “Elas não gostam de secar e, sem luz direta, podem não produzir tantas folhas quanto deveriam,” explica Sai, lembrando que essas bananeiras também precisam de muito sol para se desenvolverem bem.
Maranta
As plantas da família Marantaceae são uma bela opção para trazer o encanto tropical ao ambiente, com folhas de cores vivas e padrões únicos. A Maranta leuconeura é uma variedade bem conhecida e relativamente fácil de cuidar, mas, se ela estiver prosperando, Jira Sai sugere experimentar a Stromanthe triostar, uma espécie relacionada que dá um toque ainda mais exuberante à decoração.
Essas plantas, originárias da Amazônia, se destacam com suas folhas verde-escuras manchadas de tons fúcsia e preferem ambientes que imitem uma estufa, com umidade e luz indireta em níveis ideais. Ao contrário das Marantas, a Stromanthe precisa de um pouco mais de luz para se desenvolver bem. Na hora de replantar, Sai recomenda paciência: “Só replane quando a base da planta não tiver mais espaço para novos brotos, mesmo que o vaso pareça pequeno. Enquanto houver espaço para brotar, elas estarão bem no mesmo recipiente.”
Orquídea
Com uma legião de fãs dedicados, as orquídeas podem parecer intimidadoras, mas são excelentes para quem quer começar a cuidar de plantas mais exigentes. Com várias espécies epífitas, elas se adaptam a crescer presas aos troncos de árvores, o que as torna naturalmente resistentes. Vayda explica: “Essas plantas foram feitas para enraizar-se nas árvores, então aguentam bem períodos de seca sem sofrer tanto.”
Normalmente vendidas em musgo sphagnum, que retém bastante umidade, as orquídeas requerem cuidado com a rega para evitar o acúmulo de água, que pode danificar as raízes. Para saber a hora certa de regar, espere o substrato secar quase totalmente. Verifique a estaca de madeira no vaso: se ela estiver seca, é um sinal de que a orquídea precisa de água novamente.
Crédito : Conteúdo adaptado de nzherald .
Oi! Sou a Sophia Botani e a jardinagem é minha paixão! Aqui no Meu Paraíso Verde, compartilho tudo o que aprendi sobre o cuidado com as plantas, desde os cuidados básicos até projetos mais elaborados. Espero que minhas experiências te inspirem a criar seu próprio cantinho verde.